segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Figuras de Linguagem

As figuras de linguagem são maneias de falar ou escrever que dão mais beleza, graça e força à expressão.

Figuras de som:

a) aliteração: consiste na repetição ordenada de mesmos sons consonantais.
“Esperando, parada, pregada na pedra do porto.”

b) assonância: consiste na repetição ordenada de sons vocálicos idênticos.
“Sou um mulato nato no sentido lato mulato democrático do litoral.”

Figuras de construção ou sintaxe:

a) elipse: consiste na omissão de um termo facilmente identificável pelo contexto.
“Na sala, apenas quatro ou cinco convidados.” (omissão de havia)

b) zeugma: consiste na elipse de um termo que já apareceu antes.
Ele prefere cinema; eu, teatro. (omissão de prefiro)

c) polissíndeto: consiste na repetição de conectivos ligando termos da oração ou elementos do período.
“ Tudo era lânguido, e vazio, e descampado e deserto.” (Graça Aranha)

d) pleonasmo: consiste numa redundância. Repetição da mesma idéia, cuja finalidade, às vezes, é reforçar a mensagem. (usa-se na poesia, não se trata de pleonasmo vicioso)
“E rir meu riso e derramar meu pranto.”

e) anáfora: consiste na repetição de uma mesma palavra no início de versos ou frases.
“Amor é um fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer”

Figuras de pensamento:

a) antítese: consiste na aproximação de termos contrários, de palavras que se opõem pelo sentido.
“Nos corações humanos há vida e morte.”

b) ironia: é a figura que apresenta um termo em sentido oposto ao usual, obtendo-se, com isso, efeito crítico ou humorístico.
“A excelente Dona Inácia era mestra na arte de judiar de crianças.”

c) eufemismo: consiste em substituir uma expressão por outra menos brusca; em síntese, procura-se suavizar alguma afirmação desagradável.
Ele enriqueceu por meios ilícitos. (em vez de ele roubou)

d) hipérbole: trata-se de exagerar uma idéia com finalidade enfática.
Estou morrendo de sede. (em vez de estou com muita sede)

e) prosopopéia ou personificação: consiste em atribuir a seres inanimados predicativos que são próprios de seres animados.
O céu me dizia que a noite ía ser longa.

f) gradação ou clímax: é a apresentação de idéias em progressão ascendente (clímax) ou descendente (anticlímax)
“Tudo cura o tempo, tudo faz esquecer, tudo gasta, tudo digere, tudo acaba.” (Pe. Vieira)

g) apóstrofe: consiste na interpelação enfática a alguém (ou alguma coisa personificada). “Senhor Deus dos desgraçados! Dizei-me vós, Senhor Deus!”

Figuras de palavras:

a) metáfora: consiste em empregar um termo com significado diferente do habitual, com base numa relação de similaridade entre o sentido próprio e o sentido figurado. A metáfora implica, pois, uma comparação em que o conectivo comparativo fica subentendido.
“Meu pensamento é um rio subterrâneo.”

b) metonímia: como a metáfora, consiste numa transposição de significado, ou seja, uma palavra que usualmente significa uma coisa passa a ser usada com outro significado. Todavia, a transposição de significados não é mais feita com base em traços de semelhança, como na metáfora. A metonímia explora sempre alguma relação lógica entre os termos.
Observe:
Não tinha teto em que se abrigasse. (teto em lugar de casa)

"O bonde passa cheio de pernas/pernas pretas, brancas, amarelas/pra quê tanta perna, meu Deus/ pergunta meu coração..." (pernas em lugar de pessoas) -(Drummond)

c) catacrese: ocorre quando, por falta de um termo específico para designar um conceito, torna-se outro por empréstimo. Entretanto, devido ao uso contínuo, não mais se percebe que ele está sendo empregado em sentido figurado.
O pé da mesa estava quebrado.
Esta poltrona está com o braço quebrado!

d) antonomásia ou perífrase: consiste em substituir um nome por uma expressão que o identifique com facilidade:
...os quatro rapazes de Liverpool (em vez de os Beatles)

e) sinestesia: trata-se de mesclar, numa expressão, sensações percebidas por diferentes órgãos do sentido. A luz crua da madrugada invadia meu quarto.
“O cheiro doce da manhã...”

Bons estudos!
Professora Aline Tamara