sexta-feira, 6 de agosto de 2010

O que é certo e errado na Língua Portuguesa?

É realmente muito difícil agradar a todos. Todos nós, falantes da língua portuguesa, trazemos uma opinião formada sobre o assunto. A verdade é que todos nós, gostando ou não gostando, passamos anos e anos na escola, e, bem ou mal, usamos diariamente a língua portuguesa. Por tudo isso, temos a tendência a nos rebelar sempre que vemos ou ouvimos alguma coisa que vá contra o que um dia aprendemos como certo.
É importante lembrarmos que a normatização da linguagem corresponde, em geral, ao jogo do certo ou errado. Assim sendo, a norma é a regra daquilo que pode ou não ser usado na língua oral ou escrita. O perigo é transformar o conhecimento destas regras num mecanismo para discriminar os que não as dominam.

A norma é a marca do chamado padrão culto da língua, que é apenas uma das variantes lingüísticas. O professor André Valente, em "A Linguagem Nossa de Cada Dia" , afirma: "Não há, em essência, variante lingüística que seja superior a outras. Existe, sim, a que tem mais força e prestígio, a variante dos detentores do poder: da elite (econômica, política ou intelectual)."

Quanto aos gramáticos, é sempre bom lembrar que não há uniformidade de pensamento. Eles próprios não estão de acordo sobre o que significa correção na língua falada ou escrita. Há dois extremos perigosos: o conservador, que toma como padrão os textos considerados clássicos da nossa literatura, e o anárquico, que aceita tudo, que considera a língua um organismo que se desenvolve com total liberdade, abandonando completamente o conceito do certo ou do errado.

Entre o conservador e o anárquico, está o moderado. Eu, por exemplo. E como é difícil ser moderado!

Ser moderado é respeitar a tradição gramatical, quando há consenso entre os estudiosos, e estar com a mente aberta para as novidades, para os novos conceitos. Se a língua é viva, ela evolui, ela se transforma. Radicalizar é perigoso. E é impossível "engessar" qualquer língua.

Sou defensor do conceito da "aceitabilidade", mas tenho total consciên- cia de que é muito difícil estabelecer o que é obrigatório, o que é facultativo, o que é inapropriado, o que é grosseiro, o que é inadmissível...

Vamos ver um exemplo. Na minha opinião, o uso da expressão "a gente" em vez do pronome "nós" é aceitável em qualquer texto coloquial. Na sentença de um juiz, em que a sociedade exige uma linguagem formal, a chamada linguagem "culta ou padrão", o uso de "a gente" seria inapropriado, inadequado. Tão inadequado quanto eu dizer "ela esteve aqui conosco" num bate-papo informal na beira da praia. Como já disse outras vezes, "conosco" na beira da praia mais parece nome de biscoito: "Dá um conosquinho aí".


Prof. Sérgio Nogueira
Responsável pela coluna Língua Viva do Jornal do Brasil

Texto Bem-humorado

Na hora de usar os plurais... tipo assim...

Caros cidadões:
Tenho subido os degrais da escada da vida com umas séries de dificuldades, por isso várias questães ficam martelando minha cabeça.

Uma das principals são as absurdas utilizaçãos errõnicas que fazem da nossa língua pátria na hora de usar os plurals.

São tantas equivocaçães que eu acho que deveria haver puniçãos para os infratores. Multas, advertências. Quero ver se assim esses inútils vão continuar cometendo infraçãos.

Os perfils dos transgressores das regras são sempres os mesmos: indivíduos de ambos os sexos, cors indefinidas, segundos grais incompletos, alturas variáveres entre um metro e meio e uns metros e oitentas.

Seriam as organizaçãos multinacionals as responsáveres por esses erros de utilizaçãos da língua brasileira? Não falo das bobagens escritas, mas da nossa fala cotidiana, dos nossos tropeços nos empregos orals do idioma. Noses, os brasileiros, samos obrigados a engolir goela abaixo umas séries de decisães que interessam a quem?

Qualqueres que sejam as respostas, a verdade é que são decisães difícils de serem assimiladas e precisa haver uma tomada de posiçãos. O governo precisa se mexerem. Temos que ser mais ágils. Só assim sairemos dessas vergonhosas situaçães de vermos o nosso Brasil sempre nas listas dos piores do mundo. São Péssimos desempenhos nas áreas das culturas, dos sociais e das educaçãos. Todo mundo sabe: quanto menas verbas, menores serãos os resultados.

Só tem um jeito de resolver issos: fazer reformas agráricas de verdade e dividir os latifúndios improdutivos entre os coitados das sems-terras. E ainda tem os sems-tetos, os sems-empregos e os sems-dinheiros, que samos a maioria de todos noses.

Comecei a fazer anotaçãos e encontrei mais de mils equívocos em apenas um pequeno universo lingüístico observado. Os principals erros encontrados sãos as concordâncias verbais e o emprego dos plurais.

Seriam os cidadães brasileiros incapazeres de aprender? Será que estamos precisando de atendimentos especiais? Seria o nosso lápi escolar feito de carbono radioativo, com efeitos colaterals? Não sei, não sei. Já estou desconfiando de tudo.

Nossos atletas estão agora se preparando para os jogos olímpicos. Deviam entãos também prepararem os discursos, pois sempre dizem besteira. Sejam quais sejam as falaçãos dos participantes, no fim todos querem mesmo é ganhar medalhas e troféis. Esse negócio de espírito esportivo é conversa pra boi dormir. Sempre hão segundas intençãos.

Combinei um encontro com meu advogado num desses bars que fica no topo de uns arranha-céis no centro da cidade. Cheguei atrasado, pois alguém havia furado os pneis do meu carro. Desconfio dos cãos de guarda do meu vizinho, uns animals terríveres. Pedimos dois pastels e duas Pepses e ficamos ali, nós os doises, discutindo o problema. Ele acha que eu estou tendo visãos. Que isso é culpa dos stresseres do dia a dia, típico de pessoas que vivem com os coraçãos disparados. Você também acha que isso não passa de alucinaçãos? Pois não sãos alucinaçães. São coisas reals.

Fiz questão de levar o assunto até o fim e resolvi entrar com dois processos judiciais. Um por perdas, outro por danos. No dia da audiência o juiz apontou para mim, com seus dedos cheios de anels. O juiz é um sujeito singular, só faia no plural. O plural majestático.

Pedi então a Sua Excelência que me explicasse as leies da língua pátria. Ele respondeu:

- Os plurais são fácils: uma xícara, duas xícaras. Um pir, dois pires. Um pão, dois pães. Uma mão, duas mães. Um mamão, dois mamães. Não tem erro. Os bons e os maus, os bens e os mais. E continuou: - Certos pôvos mais antigos têm línguas complicadas, como os alemões, os turquianos, os groenlândios, os coreanenses e os amsterdinos. Aqui no Brasil, se você abrir os ôlhos, a coisa é simple. Letra S no final de uma palavra significa que ela não está no singular. Como é o nosso caso. Nós nos chamamos Régis, somos um cara plural.

Não agüentei. Levantei e fui embora. Um Regi, dois Régis!?! Nessas ocasiãos, o melhor a fazer é ficar quieto e nos recolhermos às nossas insignificâncias. Depois dessa, decidi voltar a estudar o Portuguê. Ou será os Português?


(Retirado do livro "Tipo Assim", de Kledir Ramil)

Educação

Todo dia é dia do professor

THEODORO PETERS,S.J.

A sociedade criou um dia para homenagear e reconhecer o magistério para a formação de capital humano de qualidade, mas, na verdade, todo dia é dia do professor. Apoiar a formação da juventude, suscitar interesse, motivando o ato de aprender, de pesquisar, de dar as razões aos procedimentos próprios e alheios - dos seres humanos e de toda a natureza - é o dia-a-dia do mestre. Mestre é quem alarga horizontes, permitindo o ato de formar-se a cada pessoa com quem se relaciona.

O ato de aprender inicia-se no regaço materno, no aconchego do lar, no templo da vida. A família gera vida, conserva a vida, educa para a vida, mas necessita de especialistas preparados para apoiarem o amoldamento das personalidades, o desabrochar das vocações e tendências naturais de cada criança e de cada jovem. Gradualmente, a criança é apoiada na atualização de todo seu potencial de raciocínio, de julgamento, de percepção de seus limites e de como ultrapassá-los.

Delega-se ao mestre a função de, dando a mão ao jovem, conduzi-lo com segurança à descoberta da verdade e à sua verbalização. O jovem vai descobrindo as várias perspectivas entre a ciência, a crença, a reação instintiva, a racionalização dos sentimentos, o domínio da vontade, a exigência dos próprios caprichos. Na elaboração da escala de valores exercida pelo despertar de sua consciência crítica, ele necessita de apoio, de sustentação de seu próprio referencial. Assim se revela o magistério como a mão dupla do que ajuda a refletir, a ponderar e do que, por sua vez, é ajudado a refletir e a ponderar. Mestre e discípulo crescem juntos na construção da sabedoria de viver, referenciada pela evidência objetiva nas diversas metodologias do conhecimento, na verbalização oral e escrita do que foi descoberto, criado. Crescimento recíproco. Ninguém pára na pista, caminha-se sempre, renovando a juventude, estimulando a maturidade adulta para a opção pelo bem comum, pela cidadania compartilhada, renovando a vida de todos.

O mestre conduz para a vida, abrindo perspectivas infindáveis, apoiando a realização dos sonhos, a configuração dos projetos. O mestre interage no espetáculo da vida, que aspira à plenitude, ao rompimento de limites, à comunhão eterna, a partir da vida diária. Ser mestre é sinalizar para a vida de melhor qualidade, de plena realização, de concretização dos passos para a felicidade com Deus.

Parabéns, mestres, docentes, pesquisadores, auxiliares técnicos e administrativos de ensino, pais e mães. Alegrem-se na árdua e nobre missão confiada.


[Theodoro Peters,S.J. é reitor da Unicap]

Dicas para escrever bem!

1. Escreva muito.
2. Leia muito.
3. Agende um horário para você escrever.
4. Procure comunidades de outros escritores.
5. Para textos com muitas páginas, um esboço é fundamental.
6. Não desista logo de uma idéia que não está funcionando. Faça ela funcionar!
7. Sempre leve consigo um bloquinho de notas.
8. Seja liberal com seus rascunhos. Escreva o que quiser e se forem numerosos, numere-os.
9. Reduza, reuse, recicle.
10. Guarde sempre uma cópia do seu trabalho.
11. Se você está escrevendo sobre fatos, salve e organize suas citações.
12. Bons escritores nunca estão plenamente satisfeitos com seus textos.
13. Se entitule “escritor”.

terça-feira, 3 de março de 2009

Sintaxe – Frase, Oração e Período – Sujeito / Predicado e Predicativo

Conceito de frase, oração e período

Frase: é a palavra ou grupo de palavra que formam um enunciado de sentido completo. Caracterizando-se pela entoação que lhe assinala o começo e o fim.

Exemplos: 

Casa libanesa.

Olá!

Até logo!

Psiu!

Silêncio!

Fogo!

Atenção!

Centro, à esquerda!

Casas Pernambucanas.

A frase pode ser curta ou longa; pode ou não conter verbo. Uma única palavra pode ser frase, dependendo de como aparecer no contexto.

A frase não precisa, necessariamente, de verbo para comunicar algo. Há frases sem verbo que se prestam perfeitamente à comunicação de mensagens. São as frases nominais:

Exemplos: 

Estação Liberdade.

Comida caseira.

Proibida a entrada.

Saída pela lateral.

Oração: é a unidade sintática formada em torno de um verbo. Há sempre na oração dois termos que têm entre si uma relação essencial: sujeito e predicado. Considerando-se a existência de orações sem sujeito, o predicado pode vir sozinho.

Exemplos: 

Eu observei os desenhos geométricos, os losangos, as flores coloridas. (sujeito simples)

Mandaram chamar o médico. (Sujeito indeterminado)

Venta a noite inteira no Caribe. (Oração sem sujeito)

Período: é a frase sintaticamente estruturada em torno de um ou vários verbos. Pode classificar-se em:

período simples (ou oração absoluta)  é constituído por uma oração, ou seja, há apenas um verbo.

Ex: Machado de Assis foi um ilustre brasileiro.

Tinha a mente invadida por pensamentos sábios.

Ou período composto – é constituído por mais de uma oração, ou seja, há mais de um verbo.

Ex: Sonhei que estava sonhando e que no meu sonho havia um outro sonho esculpido.”

(Carlos Drummond de Andrade)

“As glórias que vêm tarde já vêm frias.”

(Tomás Antônio Gonzaga)

Tipos de sujeito

É o ser de quem se diz alguma coisa ou o termo que concorda com o verbo, caracterizando-se como o termo que rege ou comanda o verbo.

Exemplo: O carro é confortável.

Neste caso, carro é o sujeito da oração e não pratica nenhuma ação, ele simplesmente “é”.

O sujeito pode ser:

Sujeito simples = quando houver um só núcleo nesta função (um nome ou pronome substantivo, numeral, palavra substantivada).

Exemplos: 

O ônibus fumacento chegou.

Ambos leem romances de amor.

Este é um angorá legítimo.

Sujeito composto = quando houver mais de um núcleo nesta função. (constituído de um substantivo, um pronome substantivo, um numeral).

Exemplos: 

João Gostoso e outros carregadores de feira livre beberam.

O primeiro e o segundo venceram com folga.

Sujeito indeterminado = é o que afirma o predicado, mas não se acha na oração, nem explícito e nem implícito.

Por exemplo: Ontem trouxeram um lanche muito gostoso. Quem trouxeram? Não aparece na oração.

Para indeterminar o sujeito, existem dois recursos:

(1º) Empregar o verbo na terceira pessoa do plural, sem referência a qualquer sujeito mencionado anteriormente.

Ex: Assaltaram a casa! (Quem assaltou? “Assaltaram” indeterminou o sujeito)

(2º) Empregar o verbo na terceira pessoa do singular, acompanhado do pronome SE (exceto o verbo transitivo direto)

Observe-se que o pronome SE, neste caso, é índice de indeterminação do sujeito (IIS). E o verbo de tais orações, ou é transitivo indireto, intransitivo ou verbo de ligação.

Ex: Crê-se em seres extraterrestres. (O verbo crer é transitivo indireto, quem crê, crê em alguma coisa ou em alguém)

Necessita-se de pessoas para o cargo. (O verbo necessitar é transitivo indireto, quem necessita, necessita de alguma coisa)

ATENÇÃO! VOZ PASSIVA PRONOMINAL

a) Aluga-se chalé.

b) Compram-se carros usados.

c) Confeccionam-se roupas de festa.

Os exemplos parecem apresentar sujeito indeterminado. Na verdade, a frase está na voz passiva pronominal, com o verbo transitivo direto, e o sujeito está expresso (Chalé, carros usados e roupas de festa) e recebe ação verbal.

Para não ter dúvida, passe a frase para a voz ativa, se der certo, o sujeito é determinado simples.

Chalé é alugado. (sujeito simples)

Carros usados são comprados. (sujeito simples)

Roupas de festa são confeccionadas. (sujeito simples)

Sujeito inexistente = há orações que não possuem sujeito. O verbo de tais orações só admite a terceira pessoa do singular e são chamados, por alguns gramáticos, de verbos impessoais. Ocorrem nas seguintes circunstâncias:

Quando o verbo haver significa existir:

Na casa libanesa havia um tapete persa. (Na casa libanesa existia um tapete persa)

muita sujeira aqui. (Existe muita sujeira aqui)

Quando os verbos fazer e haver indicam tempo transcorrido.

faz cinco horas que ele saiu.

Não o vejo meses.

Quando o verbo ser aparece em construções indicativas de tempo.

Será cedo?

São oito horas.

Quando os verbos indicam fenômeno da Natureza:

Amanhecer, chover, nevar, relampejar etc.

Quando o verbo estar for empregado para indicar temperatura ou clima.

Está tão quente hoje!

São orações sem sujeito as que denotam fenômeno da natureza (chove, trovejou ontem etc.) e as que têm os verbos haver, fazer e ser empregados impessoalmente em construções como as seguintes:

editores ilustres no Brasil.

Fazia muito frio naquela cidade.

Fez ontem um dia dourado de lembranças...” (Tom Jobim)

“Pois era dezembro de um ano dourado...” (Tom Jobim)

Sujeito oculto = sujeito simples, porém não aparece na frase, pois está subentendido.

Ex: (Eu) Chamei toda a turma para a festa. Verificamos que há um sujeito na oração pela desinência verbal.

Observação: O sujeito simples e o sujeito composto são chamados de sujeito determinado.

TIPOS DE PREDICADO

Predicado é aquilo que se declara do sujeito, se a oração o possui. Há três tipos de predicados:

Verbal = quando o núcleo do predicado for um verbo transitivo ou intransitivo e, também, sem a presença de um predicativo qualquer.

Nominal = quando o núcleo do predicado é o nome, que vem ligado ao predicativo do sujeito por um verbo de ligação.

Verbo-nominal = quando possui dois núcleos: o verbo e o nome (sem verbo de ligação)

O QUE É PREDICATIVO?

Há dois tipos de predicativo:

Predicativo do sujeito = relaciona-se ao sujeito da oração:

Ex: O leão estava tranquilo (= característica do sujeito, portanto, predicativo do sujeito)

Predicativo do objeto = relaciona-se com o objeto direto ou objeto indireto da oração.

Ex: Os adultos julgaram as crianças irresponsáveis. (= característica do objeto direto “as crianças”)

Sintaxe – Frase, Oração e Período – Sujeito / Predicado e Predicativo

Frase é a palavra ou grupo de palavra que formam um enunciado de sentido completo. Caracterizando-se pela entoação que lhe assinala o começo e o fim.

Ex: Casa libanesa.

Olá!

Até logo!

Psiu!

Silêncio!

Fogo!

Cada Macaco no seu galho.

Atenção!

Centro, à esquerda!

Casas Pernambucanas.

A frase pode ser curta ou longa; pode ou não conter verbo. Uma única palavra pode ser frase, dependendo de como aparecer no contexto.

A frase não precisa, necessariamente, de verbo para comunicar algo. Há frases sem verbo que se prestam perfeitamente à comunicação de mensagens. São as frases nominais:

Ex: Estação Liberdade.

Comida caseira.

Proibida entrada.

Saída pela lateral.

Oração é a unidade sintática formada em torno de um verbo. Há sempre na oração dois termos que têm entre si uma relação essencial: sujeito e predicado. Considerando-se a existência de orações sem sujeito, o predicado pode vir sozinho.

Ex.: Eu observei os desenhos geométricos, os losangos, as flores coloridas. (sujeito simples)

Mandaram chamar o médico. (Sujeito indeterminado)

Venta a noite inteira no Caribe. (Oração sem sujeito)

Período é a frase sintaticamente estruturada em torno de um ou vários verbos. Pode classificar-se em:

período simples ou oração absoluta é constituído por uma oração, ou seja, há apenas um verbo.

Ex: Machado de Assis foi um ilustre brasileiro.

Tinha a mente invadida por pensamentos sábios.

período composto – é constituído por mais de uma oração, ou seja, há mais de um verbo.

Ex: Sonhei que estava sonhando e que no meu sonho havia um outro sonho esculpido.”

(Carlos Drummond de Andrade)

“As glórias que vêm tarde já vêm frias.”

(Tomás Antônio Gonzaga)

SUJEITO

É o ser de quem se diz alguma coisa ou o termo a que se refere o predicado, caracterizando-se como o termo que rege ou comanda o verbo.

Ex: O carro é confortável.

Neste caso carro é o sujeito da oração e não pratica nenhuma ação, ele simplesmente “é”.

O sujeito pode ser:

Simples = quando houver um só núcleo nesta função (um nome ou pronome substantivo, numeral, palavra substantivada).

Ex: O ônibus fumacento chegou.

Ambos lêem romances de amor.

Este é um angorá legítimo.

Composto = quando houver mais de um núcleo nesta função. (constituído de um substantivo, um pronome substantivo, um numeral).

Ex: João Gostoso e outros carregadores de feira livre beberam.

O primeiro e o segundo venceram com folga.

Indeterminado = é o que afirma o predicado, mas não se acha na oração, nem explícito e nem implícito.

Por exemplo: Ontem trouxeram um lanche muito gostoso. Quem trouxeram? Não aparece na oração.

Para indeterminar o sujeito, existem dois recursos:

(1º) Empregar o verbo na terceira pessoa do plural, sem referência a qualquer sujeito mencionado anteriormente.

Ex: Assaltaram a casa! (Quem assaltou? “Assaltaram” indeterminou o sujeito)

(2º) Empregar o verbo na terceira pessoa do singular, acompanhado do pronome SE (exceto o verbo transitivo direto)

Observe-se que o pronome SE, neste caso, é índice de indeterminação do sujeito (IIS). E o verbo de tais orações, ou é transitivo indireto, intransitivo ou verbo de ligação.

Ex: Crê-se em seres extraterrestres.

Necessita-se de pessoas para o cargo.

ATENÇÃO!!!!

a) Aluga-se chalé.

b) Compram-se carros usados.

c) Confeccionam-se roupas de festa.

Os exemplos parecem apresentar sujeito indeterminado. Na verdade, a frase está na voz passiva pronominal, com o verbo transitivo direto, e o sujeito está expresso (Chalé, carros usados e roupas de festa) e recebe ação verbal.

Para não ter erro, passe a frase para a voz ativa, se der certo o sujeito é determinado simples.

Chalé é alugado. (sujeito simples)

Carros usados são comprados. (sujeito simples)

Roupas de festa são confeccionadas. (sujeito simples)

Inexistente = há orações que não possuem sujeito. O verbo de tais orações só admite a terceira pessoa do singular e são chamados, por alguns gramáticos, de verbos impessoais. Ocorrem nas seguintes circunstâncias:

Quando o verbo haver significa existir:

Na casa libanesa havia um tapete persa. (Na casa libanesa existia um tapete persa)

muita sujeira aqui. (Existe muita sujeira aqui)

Quando os verbos fazer e haver indicam tempo transcorrido.

faz cinco horas que ele saiu.

Não o vejo meses.

Quando o verbo ser aparece em construções indicativas de tempo.

Será cedo?

São oito horas.

Quando os verbos indicam fenômeno da Natureza:

Amanhecer, chover, nevar, relampejar etc.

Quando o verbo estar for empregado para indicar temperatura ou clima.

Está tão quente hoje!

São orações sem sujeito as que denotam fenômeno da natureza (chove, trovejou ontem, etc) e as que têm os verbos haver, fazer e ser empregados impessoalmente em construções como as seguintes:

editores ilustres no Brasil.

Fazia muito frio naquela cidade.

Fez ontem um dia dourado de lembranças...” (Tom Jobim)

“Pois era dezembro de um ano dourado...” (Tom Jobim)

Oculto = sujeito simples. Ele não aparece na frase, mas está subentendido.

Ex: (Eu) Chamei toda a turma para a festa. Verificamos que há um sujeito pela desinência verbal.

Observação: O sujeito simples (claro ou oculto) e o composto são chamados de sujeito determinado.

PREDICADO

É aquilo que se declara do sujeito se a oração o possui. Há três tipos de predicado:

Verbal = quando o núcleo do predicado for um verbo transitivo ou intransitivo e, também, sem a presença de um predicativo qualquer.

Nominal = quando o núcleo do predicado é o nome, que vem ligado ao predicativo do sujeito por um verbo de ligação.

Verbo-nominal = quando possui dois núcleos: o verbo e o nome (sem verbo de ligação)

PREDICATIVO

Há dois tipos de predicativo:

Predicativo do Sujeito = relaciona-se ao sujeito da oração:

Ex: O leão estava tranqüilo (= qualidade do sujeito)

Predicativo do Objeto = relaciona-se com o objeto direto ou indireto da

oração.

Ex: Os adultos julgaram as crianças irresponsáveis. (= qualidade do objeto direto “as crianças”)

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

ELEMENTOS DA NARRATIVA

ELEMENTOS DA NARRATIVA

Tipos de personagens:

- Protagonista: é a personagem principal de uma história, é o herói, o mocinho.

- Antagonista: é também a personagem principal, porém é o vilão das histórias.

- Coadjuvante: é a personagem que desempenha um papel secundário ou auxiliar nas histórias.

- Figurante: é a personagem que aparece nas histórias, mas não tem ações e pensamentos.


Enredo:
É o conjunto de ações da narrativa.

Tempo:

- Cronológico: é o tempo mensurável em que se desenrola a ação. Indica-se, conforme o caso, dia, mês, ano, hora, minuto, segundo, década, século etc. Não é preciso mencioná-lo sempre, mas deve-se dar a entender ao leitor o tempo de duração da história, utilizando-se das expressões como: alguns minutos, instantes, no dia seguinte, algum tempo depois, passaram-se meses, anos ou dias etc.

- Psicológico: esse tempo não é mensurável, flui na mente da personagem. Nesse caso, transmite-se a sensação experimentada durante o tempo em que o fato ocorreu: a personagem pode ter passado por situações que pareceram extremamente longas, mas que, na realidade, duraram apenas alguns minutos.
O tempo psicológico é produto de uma experiência interior mensurável apenas subjetivamente. Traduz-se com palavras a duração de um acontecimento, através da intensidade emocional que o acompanha.

Espaço: é o lugar onde ocorrem as ações onde se movimentam as personagens. Pode ser ilimitado como o universo ou restrito como uma casa. Para caracterizá-lo, são empregados recursos descritos que recuperam a percepção objetiva (dos cinco sentidos) e as impressões subjetivas (psicológicas). O espaço na narrativa divide-se em:

- Físico: casa, escola, cidade, campo e etc.

- Social: neste espaço estão os limites culturais, econômicos, o momento histórico, que servem de pano de fundo na narrativa.


Ponto de vista:

- Narrador em primeira pessoa: neste caso temos o narrador-personagem, aquele que nos conta e participa da história contada.

- Narrador em terceira pessoa: neste caso temos uma subdivisão:

- Narrador observador: simplesmente relata os fatos, registrando as ações e as falas das personagens; ele conta, como mero espectador, uma história vivida por terceiros. É a narrativa escrita em terceira pessoa, ou seja, o narrador não utiliza os pronomes pessoais de primeira pessoa: Eu, nós.

Discursos:

- Discurso direto: o narrador reproduz na íntegra a fala da personagens ou interlocutores. Geralmente essa fala é introduzida ou marcada por travessão.

Ex:
Perguntava:
- Mas esse dicumento num é farso?
- Nhor não - dizia o correio - Eu tive com o major Chiquinho; e ele falou pra mim que a letra é dele e que vai pagar até a entrada da seca, no mais tardar.

- Discurso indireto: o narrador exprime indiretamente a fala da personagem. O narrador funciona como testemunha auditiva e passa para o leitor o que ouviu da personagem.

Ex:

O homem perguntava ao correio se aquele documento era falso. O correio respondeu que não,
pois tinha falado com o major Chiquinho e este contou-lhe que a assinatura era do próprio major.

- Discurso indireto livre: é a apresentação das falas exatas das personagens inseridas dentro do discurso do narrador. As duas falas aparecem juntas, isto é, ocorrem simultaneamente. 

Ex.: 

"Então Paula corria, corria o mais que podia para tentar resolver a situação. Logo a mim, logo a mim isso tinha de acontecer! Ela não sabia se conseguiria chegar a tempo e resolver aquela confusão. Tomara que eu consiga!"

Bons estudos!!!!