sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Educação

Todo dia é dia do professor

THEODORO PETERS,S.J.

A sociedade criou um dia para homenagear e reconhecer o magistério para a formação de capital humano de qualidade, mas, na verdade, todo dia é dia do professor. Apoiar a formação da juventude, suscitar interesse, motivando o ato de aprender, de pesquisar, de dar as razões aos procedimentos próprios e alheios - dos seres humanos e de toda a natureza - é o dia-a-dia do mestre. Mestre é quem alarga horizontes, permitindo o ato de formar-se a cada pessoa com quem se relaciona.

O ato de aprender inicia-se no regaço materno, no aconchego do lar, no templo da vida. A família gera vida, conserva a vida, educa para a vida, mas necessita de especialistas preparados para apoiarem o amoldamento das personalidades, o desabrochar das vocações e tendências naturais de cada criança e de cada jovem. Gradualmente, a criança é apoiada na atualização de todo seu potencial de raciocínio, de julgamento, de percepção de seus limites e de como ultrapassá-los.

Delega-se ao mestre a função de, dando a mão ao jovem, conduzi-lo com segurança à descoberta da verdade e à sua verbalização. O jovem vai descobrindo as várias perspectivas entre a ciência, a crença, a reação instintiva, a racionalização dos sentimentos, o domínio da vontade, a exigência dos próprios caprichos. Na elaboração da escala de valores exercida pelo despertar de sua consciência crítica, ele necessita de apoio, de sustentação de seu próprio referencial. Assim se revela o magistério como a mão dupla do que ajuda a refletir, a ponderar e do que, por sua vez, é ajudado a refletir e a ponderar. Mestre e discípulo crescem juntos na construção da sabedoria de viver, referenciada pela evidência objetiva nas diversas metodologias do conhecimento, na verbalização oral e escrita do que foi descoberto, criado. Crescimento recíproco. Ninguém pára na pista, caminha-se sempre, renovando a juventude, estimulando a maturidade adulta para a opção pelo bem comum, pela cidadania compartilhada, renovando a vida de todos.

O mestre conduz para a vida, abrindo perspectivas infindáveis, apoiando a realização dos sonhos, a configuração dos projetos. O mestre interage no espetáculo da vida, que aspira à plenitude, ao rompimento de limites, à comunhão eterna, a partir da vida diária. Ser mestre é sinalizar para a vida de melhor qualidade, de plena realização, de concretização dos passos para a felicidade com Deus.

Parabéns, mestres, docentes, pesquisadores, auxiliares técnicos e administrativos de ensino, pais e mães. Alegrem-se na árdua e nobre missão confiada.


[Theodoro Peters,S.J. é reitor da Unicap]

Dicas para escrever bem!

1. Escreva muito.
2. Leia muito.
3. Agende um horário para você escrever.
4. Procure comunidades de outros escritores.
5. Para textos com muitas páginas, um esboço é fundamental.
6. Não desista logo de uma idéia que não está funcionando. Faça ela funcionar!
7. Sempre leve consigo um bloquinho de notas.
8. Seja liberal com seus rascunhos. Escreva o que quiser e se forem numerosos, numere-os.
9. Reduza, reuse, recicle.
10. Guarde sempre uma cópia do seu trabalho.
11. Se você está escrevendo sobre fatos, salve e organize suas citações.
12. Bons escritores nunca estão plenamente satisfeitos com seus textos.
13. Se entitule “escritor”.

terça-feira, 3 de março de 2009

Sintaxe – Frase, Oração e Período – Sujeito / Predicado e Predicativo

Conceito de frase, oração e período

Frase: é a palavra ou grupo de palavra que formam um enunciado de sentido completo. Caracterizando-se pela entoação que lhe assinala o começo e o fim.

Exemplos: 

Casa libanesa.

Olá!

Até logo!

Psiu!

Silêncio!

Fogo!

Atenção!

Centro, à esquerda!

Casas Pernambucanas.

A frase pode ser curta ou longa; pode ou não conter verbo. Uma única palavra pode ser frase, dependendo de como aparecer no contexto.

A frase não precisa, necessariamente, de verbo para comunicar algo. Há frases sem verbo que se prestam perfeitamente à comunicação de mensagens. São as frases nominais:

Exemplos: 

Estação Liberdade.

Comida caseira.

Proibida a entrada.

Saída pela lateral.

Oração: é a unidade sintática formada em torno de um verbo. Há sempre na oração dois termos que têm entre si uma relação essencial: sujeito e predicado. Considerando-se a existência de orações sem sujeito, o predicado pode vir sozinho.

Exemplos: 

Eu observei os desenhos geométricos, os losangos, as flores coloridas. (sujeito simples)

Mandaram chamar o médico. (Sujeito indeterminado)

Venta a noite inteira no Caribe. (Oração sem sujeito)

Período: é a frase sintaticamente estruturada em torno de um ou vários verbos. Pode classificar-se em:

período simples (ou oração absoluta)  é constituído por uma oração, ou seja, há apenas um verbo.

Ex: Machado de Assis foi um ilustre brasileiro.

Tinha a mente invadida por pensamentos sábios.

Ou período composto – é constituído por mais de uma oração, ou seja, há mais de um verbo.

Ex: Sonhei que estava sonhando e que no meu sonho havia um outro sonho esculpido.”

(Carlos Drummond de Andrade)

“As glórias que vêm tarde já vêm frias.”

(Tomás Antônio Gonzaga)

Tipos de sujeito

É o ser de quem se diz alguma coisa ou o termo que concorda com o verbo, caracterizando-se como o termo que rege ou comanda o verbo.

Exemplo: O carro é confortável.

Neste caso, carro é o sujeito da oração e não pratica nenhuma ação, ele simplesmente “é”.

O sujeito pode ser:

Sujeito simples = quando houver um só núcleo nesta função (um nome ou pronome substantivo, numeral, palavra substantivada).

Exemplos: 

O ônibus fumacento chegou.

Ambos leem romances de amor.

Este é um angorá legítimo.

Sujeito composto = quando houver mais de um núcleo nesta função. (constituído de um substantivo, um pronome substantivo, um numeral).

Exemplos: 

João Gostoso e outros carregadores de feira livre beberam.

O primeiro e o segundo venceram com folga.

Sujeito indeterminado = é o que afirma o predicado, mas não se acha na oração, nem explícito e nem implícito.

Por exemplo: Ontem trouxeram um lanche muito gostoso. Quem trouxeram? Não aparece na oração.

Para indeterminar o sujeito, existem dois recursos:

(1º) Empregar o verbo na terceira pessoa do plural, sem referência a qualquer sujeito mencionado anteriormente.

Ex: Assaltaram a casa! (Quem assaltou? “Assaltaram” indeterminou o sujeito)

(2º) Empregar o verbo na terceira pessoa do singular, acompanhado do pronome SE (exceto o verbo transitivo direto)

Observe-se que o pronome SE, neste caso, é índice de indeterminação do sujeito (IIS). E o verbo de tais orações, ou é transitivo indireto, intransitivo ou verbo de ligação.

Ex: Crê-se em seres extraterrestres. (O verbo crer é transitivo indireto, quem crê, crê em alguma coisa ou em alguém)

Necessita-se de pessoas para o cargo. (O verbo necessitar é transitivo indireto, quem necessita, necessita de alguma coisa)

ATENÇÃO! VOZ PASSIVA PRONOMINAL

a) Aluga-se chalé.

b) Compram-se carros usados.

c) Confeccionam-se roupas de festa.

Os exemplos parecem apresentar sujeito indeterminado. Na verdade, a frase está na voz passiva pronominal, com o verbo transitivo direto, e o sujeito está expresso (Chalé, carros usados e roupas de festa) e recebe ação verbal.

Para não ter dúvida, passe a frase para a voz ativa, se der certo, o sujeito é determinado simples.

Chalé é alugado. (sujeito simples)

Carros usados são comprados. (sujeito simples)

Roupas de festa são confeccionadas. (sujeito simples)

Sujeito inexistente = há orações que não possuem sujeito. O verbo de tais orações só admite a terceira pessoa do singular e são chamados, por alguns gramáticos, de verbos impessoais. Ocorrem nas seguintes circunstâncias:

Quando o verbo haver significa existir:

Na casa libanesa havia um tapete persa. (Na casa libanesa existia um tapete persa)

muita sujeira aqui. (Existe muita sujeira aqui)

Quando os verbos fazer e haver indicam tempo transcorrido.

faz cinco horas que ele saiu.

Não o vejo meses.

Quando o verbo ser aparece em construções indicativas de tempo.

Será cedo?

São oito horas.

Quando os verbos indicam fenômeno da Natureza:

Amanhecer, chover, nevar, relampejar etc.

Quando o verbo estar for empregado para indicar temperatura ou clima.

Está tão quente hoje!

São orações sem sujeito as que denotam fenômeno da natureza (chove, trovejou ontem etc.) e as que têm os verbos haver, fazer e ser empregados impessoalmente em construções como as seguintes:

editores ilustres no Brasil.

Fazia muito frio naquela cidade.

Fez ontem um dia dourado de lembranças...” (Tom Jobim)

“Pois era dezembro de um ano dourado...” (Tom Jobim)

Sujeito oculto = sujeito simples, porém não aparece na frase, pois está subentendido.

Ex: (Eu) Chamei toda a turma para a festa. Verificamos que há um sujeito na oração pela desinência verbal.

Observação: O sujeito simples e o sujeito composto são chamados de sujeito determinado.

TIPOS DE PREDICADO

Predicado é aquilo que se declara do sujeito, se a oração o possui. Há três tipos de predicados:

Verbal = quando o núcleo do predicado for um verbo transitivo ou intransitivo e, também, sem a presença de um predicativo qualquer.

Nominal = quando o núcleo do predicado é o nome, que vem ligado ao predicativo do sujeito por um verbo de ligação.

Verbo-nominal = quando possui dois núcleos: o verbo e o nome (sem verbo de ligação)

O QUE É PREDICATIVO?

Há dois tipos de predicativo:

Predicativo do sujeito = relaciona-se ao sujeito da oração:

Ex: O leão estava tranquilo (= característica do sujeito, portanto, predicativo do sujeito)

Predicativo do objeto = relaciona-se com o objeto direto ou objeto indireto da oração.

Ex: Os adultos julgaram as crianças irresponsáveis. (= característica do objeto direto “as crianças”)

Sintaxe – Frase, Oração e Período – Sujeito / Predicado e Predicativo

Frase é a palavra ou grupo de palavra que formam um enunciado de sentido completo. Caracterizando-se pela entoação que lhe assinala o começo e o fim.

Ex: Casa libanesa.

Olá!

Até logo!

Psiu!

Silêncio!

Fogo!

Cada Macaco no seu galho.

Atenção!

Centro, à esquerda!

Casas Pernambucanas.

A frase pode ser curta ou longa; pode ou não conter verbo. Uma única palavra pode ser frase, dependendo de como aparecer no contexto.

A frase não precisa, necessariamente, de verbo para comunicar algo. Há frases sem verbo que se prestam perfeitamente à comunicação de mensagens. São as frases nominais:

Ex: Estação Liberdade.

Comida caseira.

Proibida entrada.

Saída pela lateral.

Oração é a unidade sintática formada em torno de um verbo. Há sempre na oração dois termos que têm entre si uma relação essencial: sujeito e predicado. Considerando-se a existência de orações sem sujeito, o predicado pode vir sozinho.

Ex.: Eu observei os desenhos geométricos, os losangos, as flores coloridas. (sujeito simples)

Mandaram chamar o médico. (Sujeito indeterminado)

Venta a noite inteira no Caribe. (Oração sem sujeito)

Período é a frase sintaticamente estruturada em torno de um ou vários verbos. Pode classificar-se em:

período simples ou oração absoluta é constituído por uma oração, ou seja, há apenas um verbo.

Ex: Machado de Assis foi um ilustre brasileiro.

Tinha a mente invadida por pensamentos sábios.

período composto – é constituído por mais de uma oração, ou seja, há mais de um verbo.

Ex: Sonhei que estava sonhando e que no meu sonho havia um outro sonho esculpido.”

(Carlos Drummond de Andrade)

“As glórias que vêm tarde já vêm frias.”

(Tomás Antônio Gonzaga)

SUJEITO

É o ser de quem se diz alguma coisa ou o termo a que se refere o predicado, caracterizando-se como o termo que rege ou comanda o verbo.

Ex: O carro é confortável.

Neste caso carro é o sujeito da oração e não pratica nenhuma ação, ele simplesmente “é”.

O sujeito pode ser:

Simples = quando houver um só núcleo nesta função (um nome ou pronome substantivo, numeral, palavra substantivada).

Ex: O ônibus fumacento chegou.

Ambos lêem romances de amor.

Este é um angorá legítimo.

Composto = quando houver mais de um núcleo nesta função. (constituído de um substantivo, um pronome substantivo, um numeral).

Ex: João Gostoso e outros carregadores de feira livre beberam.

O primeiro e o segundo venceram com folga.

Indeterminado = é o que afirma o predicado, mas não se acha na oração, nem explícito e nem implícito.

Por exemplo: Ontem trouxeram um lanche muito gostoso. Quem trouxeram? Não aparece na oração.

Para indeterminar o sujeito, existem dois recursos:

(1º) Empregar o verbo na terceira pessoa do plural, sem referência a qualquer sujeito mencionado anteriormente.

Ex: Assaltaram a casa! (Quem assaltou? “Assaltaram” indeterminou o sujeito)

(2º) Empregar o verbo na terceira pessoa do singular, acompanhado do pronome SE (exceto o verbo transitivo direto)

Observe-se que o pronome SE, neste caso, é índice de indeterminação do sujeito (IIS). E o verbo de tais orações, ou é transitivo indireto, intransitivo ou verbo de ligação.

Ex: Crê-se em seres extraterrestres.

Necessita-se de pessoas para o cargo.

ATENÇÃO!!!!

a) Aluga-se chalé.

b) Compram-se carros usados.

c) Confeccionam-se roupas de festa.

Os exemplos parecem apresentar sujeito indeterminado. Na verdade, a frase está na voz passiva pronominal, com o verbo transitivo direto, e o sujeito está expresso (Chalé, carros usados e roupas de festa) e recebe ação verbal.

Para não ter erro, passe a frase para a voz ativa, se der certo o sujeito é determinado simples.

Chalé é alugado. (sujeito simples)

Carros usados são comprados. (sujeito simples)

Roupas de festa são confeccionadas. (sujeito simples)

Inexistente = há orações que não possuem sujeito. O verbo de tais orações só admite a terceira pessoa do singular e são chamados, por alguns gramáticos, de verbos impessoais. Ocorrem nas seguintes circunstâncias:

Quando o verbo haver significa existir:

Na casa libanesa havia um tapete persa. (Na casa libanesa existia um tapete persa)

muita sujeira aqui. (Existe muita sujeira aqui)

Quando os verbos fazer e haver indicam tempo transcorrido.

faz cinco horas que ele saiu.

Não o vejo meses.

Quando o verbo ser aparece em construções indicativas de tempo.

Será cedo?

São oito horas.

Quando os verbos indicam fenômeno da Natureza:

Amanhecer, chover, nevar, relampejar etc.

Quando o verbo estar for empregado para indicar temperatura ou clima.

Está tão quente hoje!

São orações sem sujeito as que denotam fenômeno da natureza (chove, trovejou ontem, etc) e as que têm os verbos haver, fazer e ser empregados impessoalmente em construções como as seguintes:

editores ilustres no Brasil.

Fazia muito frio naquela cidade.

Fez ontem um dia dourado de lembranças...” (Tom Jobim)

“Pois era dezembro de um ano dourado...” (Tom Jobim)

Oculto = sujeito simples. Ele não aparece na frase, mas está subentendido.

Ex: (Eu) Chamei toda a turma para a festa. Verificamos que há um sujeito pela desinência verbal.

Observação: O sujeito simples (claro ou oculto) e o composto são chamados de sujeito determinado.

PREDICADO

É aquilo que se declara do sujeito se a oração o possui. Há três tipos de predicado:

Verbal = quando o núcleo do predicado for um verbo transitivo ou intransitivo e, também, sem a presença de um predicativo qualquer.

Nominal = quando o núcleo do predicado é o nome, que vem ligado ao predicativo do sujeito por um verbo de ligação.

Verbo-nominal = quando possui dois núcleos: o verbo e o nome (sem verbo de ligação)

PREDICATIVO

Há dois tipos de predicativo:

Predicativo do Sujeito = relaciona-se ao sujeito da oração:

Ex: O leão estava tranqüilo (= qualidade do sujeito)

Predicativo do Objeto = relaciona-se com o objeto direto ou indireto da

oração.

Ex: Os adultos julgaram as crianças irresponsáveis. (= qualidade do objeto direto “as crianças”)

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

ELEMENTOS DA NARRATIVA

ELEMENTOS DA NARRATIVA

Tipos de personagens:

- Protagonista: é a personagem principal de uma história, é o herói, o mocinho.

- Antagonista: é também a personagem principal, porém é o vilão das histórias.

- Coadjuvante: é a personagem que desempenha um papel secundário ou auxiliar nas histórias.

- Figurante: é a personagem que aparece nas histórias, mas não tem ações e pensamentos.


Enredo:
É o conjunto de ações da narrativa.

Tempo:

- Cronológico: é o tempo mensurável em que se desenrola a ação. Indica-se, conforme o caso, dia, mês, ano, hora, minuto, segundo, década, século etc. Não é preciso mencioná-lo sempre, mas deve-se dar a entender ao leitor o tempo de duração da história, utilizando-se das expressões como: alguns minutos, instantes, no dia seguinte, algum tempo depois, passaram-se meses, anos ou dias etc.

- Psicológico: esse tempo não é mensurável, flui na mente da personagem. Nesse caso, transmite-se a sensação experimentada durante o tempo em que o fato ocorreu: a personagem pode ter passado por situações que pareceram extremamente longas, mas que, na realidade, duraram apenas alguns minutos.
O tempo psicológico é produto de uma experiência interior mensurável apenas subjetivamente. Traduz-se com palavras a duração de um acontecimento, através da intensidade emocional que o acompanha.

Espaço: é o lugar onde ocorrem as ações onde se movimentam as personagens. Pode ser ilimitado como o universo ou restrito como uma casa. Para caracterizá-lo, são empregados recursos descritos que recuperam a percepção objetiva (dos cinco sentidos) e as impressões subjetivas (psicológicas). O espaço na narrativa divide-se em:

- Físico: casa, escola, cidade, campo e etc.

- Social: neste espaço estão os limites culturais, econômicos, o momento histórico, que servem de pano de fundo na narrativa.


Ponto de vista:

- Narrador em primeira pessoa: neste caso temos o narrador-personagem, aquele que nos conta e participa da história contada.

- Narrador em terceira pessoa: neste caso temos uma subdivisão:

- Narrador observador: simplesmente relata os fatos, registrando as ações e as falas das personagens; ele conta, como mero espectador, uma história vivida por terceiros. É a narrativa escrita em terceira pessoa, ou seja, o narrador não utiliza os pronomes pessoais de primeira pessoa: Eu, nós.

Discursos:

- Discurso direto: o narrador reproduz na íntegra a fala da personagens ou interlocutores. Geralmente essa fala é introduzida ou marcada por travessão.

Ex:
Perguntava:
- Mas esse dicumento num é farso?
- Nhor não - dizia o correio - Eu tive com o major Chiquinho; e ele falou pra mim que a letra é dele e que vai pagar até a entrada da seca, no mais tardar.

- Discurso indireto: o narrador exprime indiretamente a fala da personagem. O narrador funciona como testemunha auditiva e passa para o leitor o que ouviu da personagem.

Ex:

O homem perguntava ao correio se aquele documento era falso. O correio respondeu que não,
pois tinha falado com o major Chiquinho e este contou-lhe que a assinatura era do próprio major.

- Discurso indireto livre: é a apresentação das falas exatas das personagens inseridas dentro do discurso do narrador. As duas falas aparecem juntas, isto é, ocorrem simultaneamente. 

Ex.: 

"Então Paula corria, corria o mais que podia para tentar resolver a situação. Logo a mim, logo a mim isso tinha de acontecer! Ela não sabia se conseguiria chegar a tempo e resolver aquela confusão. Tomara que eu consiga!"

Bons estudos!!!!

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Figuras de Linguagem

As figuras de linguagem são maneias de falar ou escrever que dão mais beleza, graça e força à expressão.

Figuras de som:

a) aliteração: consiste na repetição ordenada de mesmos sons consonantais.
“Esperando, parada, pregada na pedra do porto.”

b) assonância: consiste na repetição ordenada de sons vocálicos idênticos.
“Sou um mulato nato no sentido lato mulato democrático do litoral.”

Figuras de construção ou sintaxe:

a) elipse: consiste na omissão de um termo facilmente identificável pelo contexto.
“Na sala, apenas quatro ou cinco convidados.” (omissão de havia)

b) zeugma: consiste na elipse de um termo que já apareceu antes.
Ele prefere cinema; eu, teatro. (omissão de prefiro)

c) polissíndeto: consiste na repetição de conectivos ligando termos da oração ou elementos do período.
“ Tudo era lânguido, e vazio, e descampado e deserto.” (Graça Aranha)

d) pleonasmo: consiste numa redundância. Repetição da mesma idéia, cuja finalidade, às vezes, é reforçar a mensagem. (usa-se na poesia, não se trata de pleonasmo vicioso)
“E rir meu riso e derramar meu pranto.”

e) anáfora: consiste na repetição de uma mesma palavra no início de versos ou frases.
“Amor é um fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer”

Figuras de pensamento:

a) antítese: consiste na aproximação de termos contrários, de palavras que se opõem pelo sentido.
“Nos corações humanos há vida e morte.”

b) ironia: é a figura que apresenta um termo em sentido oposto ao usual, obtendo-se, com isso, efeito crítico ou humorístico.
“A excelente Dona Inácia era mestra na arte de judiar de crianças.”

c) eufemismo: consiste em substituir uma expressão por outra menos brusca; em síntese, procura-se suavizar alguma afirmação desagradável.
Ele enriqueceu por meios ilícitos. (em vez de ele roubou)

d) hipérbole: trata-se de exagerar uma idéia com finalidade enfática.
Estou morrendo de sede. (em vez de estou com muita sede)

e) prosopopéia ou personificação: consiste em atribuir a seres inanimados predicativos que são próprios de seres animados.
O céu me dizia que a noite ía ser longa.

f) gradação ou clímax: é a apresentação de idéias em progressão ascendente (clímax) ou descendente (anticlímax)
“Tudo cura o tempo, tudo faz esquecer, tudo gasta, tudo digere, tudo acaba.” (Pe. Vieira)

g) apóstrofe: consiste na interpelação enfática a alguém (ou alguma coisa personificada). “Senhor Deus dos desgraçados! Dizei-me vós, Senhor Deus!”

Figuras de palavras:

a) metáfora: consiste em empregar um termo com significado diferente do habitual, com base numa relação de similaridade entre o sentido próprio e o sentido figurado. A metáfora implica, pois, uma comparação em que o conectivo comparativo fica subentendido.
“Meu pensamento é um rio subterrâneo.”

b) metonímia: como a metáfora, consiste numa transposição de significado, ou seja, uma palavra que usualmente significa uma coisa passa a ser usada com outro significado. Todavia, a transposição de significados não é mais feita com base em traços de semelhança, como na metáfora. A metonímia explora sempre alguma relação lógica entre os termos.
Observe:
Não tinha teto em que se abrigasse. (teto em lugar de casa)

"O bonde passa cheio de pernas/pernas pretas, brancas, amarelas/pra quê tanta perna, meu Deus/ pergunta meu coração..." (pernas em lugar de pessoas) -(Drummond)

c) catacrese: ocorre quando, por falta de um termo específico para designar um conceito, torna-se outro por empréstimo. Entretanto, devido ao uso contínuo, não mais se percebe que ele está sendo empregado em sentido figurado.
O pé da mesa estava quebrado.
Esta poltrona está com o braço quebrado!

d) antonomásia ou perífrase: consiste em substituir um nome por uma expressão que o identifique com facilidade:
...os quatro rapazes de Liverpool (em vez de os Beatles)

e) sinestesia: trata-se de mesclar, numa expressão, sensações percebidas por diferentes órgãos do sentido. A luz crua da madrugada invadia meu quarto.
“O cheiro doce da manhã...”

Bons estudos!
Professora Aline Tamara